Comunidades quilombolas recebem segunda etapa da Trilha Formativa sobre prevenção às ISTs e HIV/Aids

O segundo ciclo de oficinas da Trilha Formativa sobre prevenção às ISTs e HIV/Aids reuniu adolescentes e jovens das comunidades quilombolas na Paraíba nos meses de junho e julho. A atividade fez parte da implementação do projeto Comunicação para Proteção – Juventude quilombola da Paraíba livre das ISTs, HIV/AIDS e Hepatites Virais, iniciativa do PNUD, em parceria com a Asserte, a CECNEQ, Governo do Estado e Cosems-PB, para a promoção do acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento às IST, HIV/AIDS e hepatites virais para adolescentes e jovens de 12 quilombos existentes em 10 municípios paraibanos.

 

Conduzidas pela pedagoga Tatiana Pinangé, as oficinas abordaram os principais aspectos das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), incluindo HIV, PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição). Tatiana enfatizou a importância do autocuidado e do cuidado com o outro, discutindo prevenção, sintomas, diagnóstico e tratamento das ISTs. A oficina também incluiu demonstrações práticas sobre o uso correto de preservativos masculinos e femininos.

 

A atividade identificou a falta de informações sobre saúde sexual entre os jovens das comunidades quilombolas, que relataram nunca ter recebido educação sobre o tema, nem em campanhas públicas nem através de mídias digitais. O envolvimento das agentes comunitárias de saúde permitiu uma maior abertura e diálogo sobre a temática. Em algumas localidades, as agentes se voluntariaram como referências adultas para que os jovens pudessem buscar apoio e esclarecimentos. “Foi muito importante, pois quebramos o gelo sobre esse assunto, e algumas agentes de saúde se dispuseram a ser um adulto referência para os jovens em momentos de dúvida ou inquietação”, destacou Tatiana.

 

A participação dos jovens e adolescentes incluiu diversas perguntas e compartilhamento de experiências pessoais, como o relato de uma jovem sobre a convivência com um pai soropositivo que, graças ao tratamento, não transmitiu o vírus à mãe nem às filhas. Esta interação reforçou a importância da oficina como um espaço seguro para a troca de informações e esclarecimento de dúvidas.

 

Os kits de autocuidado, com mochila, bloco de anotações de autocuidado e botton, e material digital sobre as ISTs fornecidos pela Asserte foram bem recebidos, despertando o interesse dos participantes em aprofundar seus conhecimentos. A oficina também incentivou o uso regular dos serviços de saúde, especialmente a obtenção de preservativos nas unidades do SUS, destacando a facilidade de acesso a esses recursos. “Sempre incentivamos que procurem a unidade de saúde e peguem os preservativos, pois é um dos únicos serviços do SUS que não exige nada, é só chegar e pegar”, acrescentou Tatiana.

 

A oficina não apenas proporcionou conhecimentos essenciais sobre a prevenção das ISTs e HIV/Aids, mas também destacou a importância do diálogo aberto sobre saúde sexual nas comunidades quilombolas. Nos encontros, os participantes destacaram a necessidade de expandir o projeto para incluir adultos, como pais e avós, reforçando a relevância de iniciativas que promovam a educação em saúde para toda a comunidade.