Impacto da violência armada na vida de crianças e adolescentes é debatida durante 18º Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Entre os dias 13 e 15 de agosto, Recife (PE) sediou o 18º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em que foi apresentado pelo UNICEF o “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil”. O estudo revelou que mais de 15 mil crianças e adolescentes, com idades entre 0 e 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil, nos últimos três anos. No mesmo período, 165 mil meninos e meninas foram vítimas de violência sexual.

No primeiro dia do evento, o UNICEF também promoveu, paralelamente, uma discussão sobre o impacto da violência armada na vida de crianças e adolescentes nos centros urbanos brasileiros. A discussão foi o primeiro encontro de uma série de diálogos entre atores não-governamentais preocupados com a agenda da proteção contra violências, especialmente a armada. Esta primeira rodada de debates enfocou o papel da gestão municipal.

Os dados do estudo apresentado pelo UNICEF corroboram a preocupação com a violência armada. O relatório mostrou que, no caso de adolescentes, as mortes violentas remetem a um contexto de violência armada urbana, já que a maioria foram mortos fora de casa, em via pública (62,3%) e por pessoas que a vítima não conhecia (81,5%). Os dados também mostraram que a violência letal vitima principalmente meninos (90%), com idade entre 15 e 19 anos (91,6%), e negros ou pardos (82,9%).

A Asserte, como parceiro implementador de projetos da #AgendaCidadeUNICEf, na capital pernambucana, participou do debate sobre a violência armada. Cleide Moraes, especialista em mobilização da Asserte destacou a importância do trabalho integrado por meio da intersetorialidade com o poder público municipal, tanto no Busca Ativa Escolar quanto no Ibura que Protege, para criar uma rede de proteção para os meninos e meninas. “A escuta ativa junto aos gestores escolares, equipamentos sociais, profissionais de saúde, famílias e principalmente crianças e adolescentes, é fundamental para encontrarmos estratégias e soluções que realmente venham da própria comunidade”, afirmou.

Além dos especialistas do UNICEF e da Asserte, a discussão contou com representantes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Instituto Sou da paz, Instituto Fogo Cruzado, GENI-UFF, Observatório de Favelas, Cesec, CICV, Luta pela Paz, Redes da Maré, GAJOP e Etapas.